Congresso Internacional | Insularidades e enclaves em situações coloniais e pós-coloniais: trânsitos, conflitos e construções identitárias (séculos XV-XXI)
Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, 6 e 7 de Dezembro de 2018, Anfiteatro III, Sala 5.2 e Sala 2.13, a partir das 9:30
Organização | Centro de História da Universidade de Lisboa; Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto; Centro de Estudos Internacionais do ISCTE-IUL; Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa
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O Centro de História da Universidade de Lisboa (CH-ULisboa), o Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto (CEA-UP), o Centro de Estudos Internacionais do ISCTE-IUL (CEI - ISCTE-IUL) e o Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa (IHC-UNL) organizam o Congresso Internacional Insularidades e enclaves em situações coloniais e pós-coloniais: trânsitos, conflitos e construções identitárias (séculos XV-XXI).
Os arquipélagos constituíram-se, historicamente, como espaços de ensaios de novas construções sociais. Desde a época da colonização e, depois, do colonialismo e do imperialismo, uns evoluíram no aprofundamento das redes internacionais, outros não escaparam ao isolamento ou, em alternativa, à integração condicionada e desigual em vários complexos. Por seu turno, os enclaves resultaram de contingências históricas, amiúde decididas de fora, que determinaram uma certa insularidade relativamente ao seu imediato entorno geográfico. Quando não se tornaram territórios independentes, persistem nesses espaços, se não reivindicações autonómicas, pelo menos difusos sentimentos anti-coloniais e emancipacionistas, que, mesmo quando não mobilizam segmentos significativos das populações, não deixam de dar nota da sua alteridade – desde logo, cultural – face à soberania.
Trata-se de espaços que se constituem como locus de porosidades, de mutações, de decantações identitárias e, simultaneamente, de definição de projectos de políticos que, algo ironicamente, não raro acabam impostos de fora. Na verdade, as definições das insularidades e dos enclaves dependem das acções que os constituem, neles, e não menos importante, fora deles. Nalguns casos, tais territórios permanecem como fontes de lutas ou de provações, quantas vezes indesejadas pelos locais, incapazes, todavia, de romper com a subalternidade ou dependência imposta do exterior. Por vezes, também por locais que impõem fronteiras internas em detrimento da homogeneidade política, económica, social e cultural.
Neste evento, aberto a contributos dos vários saberes disciplinares científicos, acolhem-se narrativas e análises – inspiradas pelas variadas abordagens disciplinares, teoricamente balizadas e/ou empiricamente sustentadas – de experiências históricas em ilhas e enclaves, geradoras de processos de identificação e, não raro, de problemáticas éticas e políticas, entre elas, as inerentes à formação de Estados nacionais.