What Angolans got for their Coffee | Ciclo de Seminários de História de África | Seminários CH-ULisboa

Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Sala D. Pedro V (Piso 1), 17 de Maio de 2017, 18:00

Organização | Centro de História da Universidade de Lisboa

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O Centro de História da Universidade de Lisboa promove o seminário de História de África, um espaço regular de debate e reflexão sobre as problemáticas actuais deste campo de estudos. Valorizam-se as continuidades e descontinuidades dos mundos africanos e seus diferentes contextos, na longa duração da história do continente e do seu envolvimento nas dinâmicas da história mundial. Em articulação com o programa pós-graduado na especialidade de História de África da FLUL, este seminário oferece tanto a especialistas como jovens investigadores, nacionais ou internacionais, a oportunidade para discutir perspectivas historiográficas e apresentar pesquisas em curso.

Esta conferência discute o papel dos produtores de café em Angola como consumidores de mercadorias importadas. Os historiadores do tráfico de escravos pré-colonial em África reconhecem, desde há muito, a importância da procura do consumidor africano para o desenvolvimento do comércio atlântico, e também os estudiosos das culturas urbanas em África têm dado uma atenção crescente aos padrões de consumo distintivos dos habitantes das cidades em todo o continente. Porém as discussões sobre o lugar de África no sistema mundial moderno enfatizam, em regra, a extração das matérias primas e as formas de organização do trabalho e da produção, especialmente no período do domínio colonial. Com recurso à utilização de registos das empresas de comércio que operaram em Angola, desde o final do séc. XIX até 1960, pretende-se evidenciar uma dimensão da produção do café até aqui ignorada.

This paper discusses the role of coffee producers in Angola as consumers of imported merchandise. Historians of the precolonial slave trade in Africa have long recognized the importance of African consumer demand to the development of Atlantic commerce, while scholars of urban cultures in Africa also increasingly study the distinct consumption patterns of city dwellers across the continent. But in discussions of Africa’s place in the modern world system, emphasis is usually placed on the extraction of raw materials and forms of organizing labor and production, especially in the period of colonial rule. Using records of trade companies operating in Angola from the late 19th century to 1960, this paper aims to bring a previously ignored dimension of coffee production to light.