Os que não foram à guerra. Angola na última fase colonial (1961-1975) | Ciclo de Seminários de História de África | Seminários CH-ULisboa

Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Sala D. Pedro V (Piso 1), 27 de Setembro de 2017, 18:00

Organização | Centro de História da Universidade de Lisboa

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A conferência pretende discutir quer as ações dos angolanos no tocante ao amplo terreno, à partida sob menor vigilância, do lazer e dos esportes, nos diferentes espaços urbanos da colônia, quer as estratégias de controle e prevenção elaborados pelos serviços de repressão policial portugueses, na última fase colonial (1961-1975). Esta pesquisa se insere num projeto de maior envergadura denominado “Culturas e Sociabilidades em Angola (1961-1975)”, que tenho desenvolvido desde 2013, cuja perspectiva é a de olhar para a história contemporânea de Angola, mais especificamente para o período final do colonialismo português, entre os anos de 1961 e 1975, a partir da música, da literatura, do esporte, dos espaços de sociabilidade, como bares, organizações de bairro e festas. Dessa forma, acredito ser possível obter novos ângulos de análise, explicitando temas pouco ou nada tocados. O que se pretende é perceber as diferentes vivências dos angolanos, para além da guerra de libertação, mas não necessariamente de forma avessa a esta. Isso porque uma vida urbana e, consequentemente, uma cultura urbana, foram sendo construídas em diferentes ambientes coloniais. Espaços de lazer, mas também de tensões várias, foram ocupados por muitos angolanos ou criados por eles, quando as barreiras raciais forçavam a isso. A pesquisa em curso é baseada na recolha sistemática e na análise dos relatórios mensais dos Serviços de Centralização e Coordenação de Informações de Angola (SCCIA), em especial os relatórios do Conselho de Orientação de Acção Psicológica (COAP) de Angola.

O Centro de História da Universidade de Lisboa promove o seminário de História de África, um espaço regular de debate e reflexão sobre as problemáticas actuais deste campo de estudos. Valorizam-se as continuidades e descontinuidades dos mundos africanos e seus diferentes contextos, na longa duração da história do continente e do seu envolvimento nas dinâmicas da história mundial. Em articulação com o programa pós-graduado na especialidade de História de África da FLUL, este seminário oferece tanto a especialistas como jovens investigadores, nacionais ou internacionais, a oportunidade para discutir perspectivas historiográficas e apresentar pesquisas em curso.