2.º Colóquio Usos do Castelo
Residências e Espaços Habitacionais

Castelo de São Jorge (Lisboa), 20 de Março de 2024

Comissão Organizadora | Carlos Almeida, Armando Norte, Filipa Roldão, Inês Lourinho, Rui Rocha

Grupo de investigação | Culturas e Sociedades de Encontro

Apoio Institucional | Centro de História da Universidade de Lisboa & Castelo de São Jorge (EGEAC)

Entrada Livre

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Apresentação

Esta iniciativa pretende identificar e discutir as diferentes funções que o Castelo desempenhou desde a sua fundação até aos dias de hoje. De primitiva construção defensiva-militar, foi local de residência de reis e da Corte, e de elites da cidade, albergando numa das suas torres o arquivo da Coroa. Múltiplas terão sido as festas, receções e comemorações solenes realizadas no seu espaço, juntando gentes de muitas partes do Mundo. Ao longo dos tempos, a fisionomia do Castelo tem sido alterada, em prol de imperativos militares, políticos e culturais, transformando a sua imagem no interior e para o exterior. Hoje, como ontem, o Castelo continua a ter muitos usos. O desafio que propomos é conhecê-los melhor.

 

2.º Colóquio Usos do Castelo: Residências e Espaços Habitacionais

 

Toda a intervenção humana sobre a paisagem, resultante dos diferentes processos de apropriação e domesticação a que os territórios são sujeitos, é inevitavelmente condicionada por uma permanente tensão entre dois princípios ativos, sempre presentes, mas não necessariamente alinhados: a forma e a função dos seus elementos urbanísticos. Na prática, a evolução histórica é a força que pressiona o edificado no sentido da regular transformação das suas formas e das suas funções, face a uma alteração das condições em presença (sejam elas ações políticas, avanços tecnológicos, mudanças sociais ou ciclos económicos), significando o desaparecimento, a obsolescência, a renovação ou a requalificação das formas arquitetónicas.

 

Em Lisboa, o Castelo de São Jorge é bem o espelho, o vestígio, quando não uma memória evocativa, das numerosas requalificações funcionais que ao longo do tempo lhe foram modificando os traços e o perfil. O que começou por ser um equipamento militar, cedo envolvido pelos panos de uma muralha protetora – assim ficando rapidamente delimitado o perímetro da sua Alcáçova –, tornou-se, depois, um espaço com frequência intervencionado, sujeito a sucessivas reformas e reformatações.

 

Não obstante as numerosas transformações a que a fortaleza foi submetida preservou-se, quase sempre intacta, a função residencial, presente desde as origens. Com efeito, no decurso dos séculos, as áreas de implantação do castelo foram adaptadas, à vez ou em simultâneo, para servirem como aquartelamentos militares, paços régios, residências episcopais, casas aristocráticas, bairros habitacionais ou, até mesmo, abrigos para meninas órfãs. Hoje, o castelo é uma das principais atrações turísticas da cidade de Lisboa É de algumas dessas sucessivas mutações e reconfigurações que lhe foram transfigurando e remodelando o figurino, que se irá falar na 2.a edição dos Usos do Castelo. Em resumo, propõe-se uma viagem pelo castelo e pelas suas muitas vidas, ou, dizendo-o com mais propriedade, pelas vidas dos que nele habitaram.