Lutas Laborais e Formação da Classe Operária Portuguesa

Autor: José Tengarrinha

Editora: Centro de História da Universidade de Lisboa

Ano: 2021

ISBN: 978-989-8068-34-7

Disponível em acesso aberto no repositório da Universidade de Lisboa

 

 

 

SINOPSE

Lutas Laborais e Formação da Classe Operária Portuguesa é o último grande contributo de José Tengarrinha para a historiografia portuguesa. Livro póstumo, apresenta ao público o resultado de longos anos de investigação sobre os movimentos reivindicativos dos trabalhadores portugueses, centrando-se na história dos seus primeiros protagonistas e das suas primeiras greves. Terreno em grande parte ignorado, segundo o autor. O arco cronológico analisado estende-se desde o século XVII, com os antecedentes dos protestos laborais, prosseguindo pelo liberalismo até às revoltas populares de 1867-1869. Termina numa extensa análise dos primeiros anos da década de 1870, quando o movimento operário ganha uma nova qualidade, iniciando uma fase ofensiva. José Tengarrinha insiste na necessidade de uma visão longa para poder avaliar a existência de continuidades nas lutas operárias e os seus impactos em lutas futuras; e questiona os conceitos de movimentos "espontâneos" e "organizados", situando-os no seu relacionamento com a esfera do poder e a sociedade em geral. Em suma, procura compreender a evolução de uma consciência das classes trabalhadoras de si próprias, a caminho da sua politização.

 

 

 

AUTOR

A vida de José Tengarrinha (1932-2018) teve múltiplas facetas marcantes: a resistência contra a ditadura do Estado Novo (que lhe valeu prisões e tortura); a atividade política enquanto presidente de um partido (MDP/CDE), membro da Assembleia Constituinte e deputado à Assembleia da República; o jornalismo profissional; a empenhada participação na vida cívica e cultural; a paixão pelo ensino e pela investigação histórica. Foi Professor Catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Obteve numerosos prémios e distinções, criou, dirigiu e ensinou em mestrados e cursos doutorais em Portugal e em diversas universidades europeias e americanas. É autor de cerca de meia centena de títulos em História e Ciências Sociais. O livro presente é a edição póstuma da sua última obra.

 

 

 

ÍNDICE

NOTA PRÉVIA
Barbara Tengarrinha

 

PREFÁCIO
Manuel Carvalho da Silva

 

INTRODUÇÃO

 

ALGUMAS QUESTÕES METODOLÓGICAS

 

I. A “PRÉ-HISTÓRIA
1. Contra as imposições fiscais do Estado
2. Contra sobrevivências feudais

 

II. OS ANTECEDENTES
1. A persistência da organização corporativa
2. Os trabalhadores na defensiva
3. A falsa paz da Regeneração
4. Nos campos

4.1. As solidariedades nos meios rurais: ceifeiros e mondadeiros
4.2. Artesãos e operários-agricultores: marnotos e mineiros
4.3. Uma situação social esquecida: os operários da construção de vias-férreas
4.4. Salariato
4.5. O novo sistema de pesos e medidas. O factor religioso

5. Na cidade

5.1. Operários e artesãos. O ludismo
5.2. Conflitos entre mestres e oficiais
5.3. Dos “espasmos involuntários” à crescente consciência do regime de exploração
5.4. O início do despertar da consciência operária

6. O associativismo como autodefesa
7. A imprensa “operária”
8. A politização. A violência

8.1. Operariado e Povo

9. A revolta nacional popular: 1867-1869

9.1. Um operariado sem autonomia. As lideranças
9.2. Conflitos entre trabalhadores industriais: oficiais e aprendizes
9.3. Reformistas e “revolucionários”
9.4. A “crise operária”
9.5. O levantamento nacional popular

 

III. O INÍCIO DA OFENSIVA OPERÁRIA
1. Novos desenvolvimentos do movimento operário
2. Mestres, oficiais e aprendizes. Aprendizagem do ofício e instrução
3. A eclosão do protesto operário. Contra o trabalho à peça e de empreitada
4. Do patrão protector ao patrão antagonista

4.1. Modificações no comportamento empresarial
4.2. A luta pela dignidade operária. As “mulherzinhas”
4.3. Os “fura-greves”

5. Cooperativas de produção ou “fábricas sociais”
6. Uma nova dimensão do protesto: as greves gerais. A publicidade. As novas lideranças
7. O valor pré-insurreccional da solidariedade
8. A festa operária
9. O avanço da ofensiva
10. Mutualismo e luta ofensiva. A Associação Fraternidade Operária
11. As mediações
12. Operariado e política

 

BIBLIOGRAFIA

 

ÍNDICE ONOMÁSTICO

 

JOSÉ TENGARRINHA, HISTORIADOR
Sérgio Campos Matos