Tesouros das Casas Reais Ibéricas (1279-1521): Um estudo comparativo

2.1.2010

Estado do Projecto

Concluído

Período de actividade

2010-2023

Unidade de investigação principal

Centro de História da Universidade de Lisboa

Investigadora Responsável

Ana Maria S. A. Rodrigues (ULisboa)

Equipa de Investigação

Adriana Romba de Almeida (ULisboa), Ana Maria S. A. Rodrigues (ULisboa), Covadonga Valdaliso Casanova (ULisboa), David Nogales Rincón (U. Complutense), Diana Pelaz Flores (U. Zaragoza), Hermenegildo Fernandes (ULisboa), Lledó Ruiz Domingo (U. Valencia), Luís Urbano Afonso (ULisboa), Manuela Santos Silva (ULisboa), Miriam Shadis (U. Ohio), Núria Silleras Fernández (U. California-Boulder)

 

 

Este projecto pretende estudar os objectos preciosos que compunham os tesouros das casas reais ibéricas. Interessam-nos os objectos em si, carregados de significados simbólicos relacionados com a ideologia monárquica mas também enquanto obras de arte e elementos da cultura material, e ainda o seu conjunto enquanto recurso cerimonial, reserva económica e eventual colecção.

O núcleo central deste estudo será o tesouro da casa real portuguesa nas diferentes formas que assumiu entre os reinados de D. Dinis e D. Manuel I. Contudo, porque foi constantemente alimentado por peças trazidas pelas princesas estrangeiras que vinham consorciar-se com os monarcas portugueses, assim como por espólios de guerra e por ofertas trocadas em tempos de paz, iremos também estudar alguns tesouros dos reinos com que Portugal preferencialmente se relacionou durante esse período: Castela e Aragão. A presença de duas rainhas da casa de Lancaster na Península, na viragem do séc. XIV para o séc. XV, permitir-nos-á estender essa comparação até à Inglaterra.

​As balizas cronológicas são-nos sugeridas pelo estado da arte combinado com o estado da documentação: é no séc. XIII que o termo Thesaurus passa a ser usado para designar o conjunto dos bens móveis preciosos pertencentes a uma dada instituição e simultaneamente a sala onde eles eram guardados; contudo, só com D. Dinis surgem fontes que permitem conhecer esses bens, para a família real portuguesa, com algum pormenor. A partir do início do séc. XVI, as fontes tornam-se mais numerosas e variadas mas evidenciam uma mudança, com o aparecimento de novos objectos indiciando uma diferente relação com o corpo e a multiplicação dos produtos vindos do Oriente permitida pela abertura do caminho marítimo para a Índia. Daí que tenhamos optado por concluir o estudo no reinado de D. Manuel I, quando essas modificações já são plenamente perceptíveis.