NEArcheo. Antiguidades do Próximo Oriente em Portugal: Política e diplomacia na recepção do Lote VIII de Bab el-Gassus e da carga do Cheruskia
EM CONSTRUÇÃO
Estado do Projecto
em curso
Período de actividade
Dezembro de 2022 - Dezembro de 2023
Financiamento
Projectos exploratórios CH-ULisboa
Unidade de investigação principal
Centro de História da Universidade de Lisboa
Instituição Principal
Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
Investigador Responsável
Rogério Sousa (CH-ULisboa)
Co-investigadora Responsável
Maria de Fátima Rosa (CH-ULisboa)
Equipa de Investigação
Rogério Sousa (CH-ULisboa); Maria de Fátima Rosa (CH-ULisboa); Filipe Alexandre Pereirinha Reis (CH-ULisboa); Manuela Cantinho (CH-ULisboa/Sociedade de Geografia de Lisboa); Vera Mariz (ARTIS)
Ao contrário de outros países europeus, Portugal não se envolveu ativamente na exploração arqueológica das antigas civilizações do Próximo Oriente. Apesar disso, Portugal receberia na última década do século XIX um importante espólio originário de Tebas, no Egipto. Trata-se do Lote VIII do Túmulo dos Sacerdotes de Ámon, doado a Portugal em 1891 pelo khediva do Egipto, Habbas II Hilmi.
Já no século XX, no início da Primeira Guerra Mundial, as autoridades portuguesas confiscavam o navio alemão Cheruskia e respectiva carga, incluindo um carregamento de mais de 400 contentores repletos de antiguidades assírio-babilónicas originárias maioritariamente do sítio arqueológico de Assur, no Iraque.
A documentação oficial referente à expedição de antiguidades do Lote VIII e a recepção destas antiguidades não foi ainda examinada, nem tão pouco se conhecem as diligências diplomáticas que conduziram à formação do Lote VIII, assim como à sua cedência, pelas autoridades portuguesas, à Sociedade de Geografia de Lisboa. O estudo da recepção da colecção egípcia da Sociedade de Geografia de Lisboa integra o trabalho desenvolvido pelo IR do projecto no âmbito do Gate of the Priests Project, também sediado no Centro de História.
A carga do Cheruskia já não se encontra em Portugal, tendo sido restituída à Alemanha em 1926, na sequência de um complexo processo judicial e diplomático. Também neste caso se desconhece a tramitação oficial a que as antiguidades assírio-babilónicas foram sujeitas pelas autoridades portuguesas, bem como o historial relacionado com as inspecções, avaliações e medidas relacionadas com a sua administração e conservação.
O objetivo primordial do projecto é o de recuperar e inventariar as fontes documentais que testemunham a expedição e recepção destes espólios, identificar o modo como as antiguidades desafiaram o sistema político português e se inscreveram na malha de interesses políticos e diplomáticos das potências coloniais do seu tempo, assim como as estratégias usadas pelas autoridades portuguesas para acomodar estas colecções.
O Projecto teve início a 1 Dezembro de 2022 e decorrerá até 31 de Dezembro de 2023, sendo financiado por fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia no âmbito do projecto UIDP/04311/2020.