SLAFNET – Escravatura em África: um diálogo entre Europa e África
10.11.2016
Estado do Projecto
em curso
Período de actividade
2017-2023 (31 de Março)
REF
H2020-MSCA-RISE-2016, 734596/SLAFNET
Quadro de Financiamento
Horizon 2020: Research and Innovation Framework Programme, Marie Skłodowska-Curie actions; Research and Innovation Staff Exchange (RISE)
Instituição Principal
Institut de Recherche pour le Developpement (France)
Redes de Investigação e Instituições parceiras
Addis Ababa University (Etiópia), Bath Spa University (Reino Unido), Catholic University of Eastern Africa (Quénia), Centre National de la Recherche Scientifique (França), Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (Portugal), Institut de Recherche pour le Developpement (França), National Museums of Kenya (Quénia), Universtiät Hamburg (Alemanha), Université Cheikh Anta Diop de Dakar (Senegal), Université de Nantes (França), Unversité de Yaoundé (Camarões), University of Birmingham (Reino Unido), University of Mauritius (Maurícia)
Direcção do projecto
Marie-Pierre Ballarin (Université de Nice Sophia-Antipolis)
Liderança CH-UL/FLUL
Tarefa de Pesquisa Social Memories of Forced Labour in the longue durée in the Lusophone World dentro do Grupo de Trabalho Forgetting and Remembering Slavery in Europe and Africa
Coordenação CH-ULisboa/FLUL
José Damião Rodrigues (ULisboa)
Equipa de investigação CH-ULisboa
Augusto Nascimento (ULisboa), Carlos Almeida (ULisboa), Eugénia Rodrigues (ULisboa), Luís Frederico Dias Antunes (ULisboa), Maria Manuel Torrão (ULisboa); Thiago Mota (ULisboa); Vítor Rodrigues (ULisboa), Magdalena Bialoborska Chambel (ULisboa)
Página Oficial do Projecto SLAFNET | Página do programa no CORDIS (Comissão Europeia)
O projecto tem por objectivo principal a criação de uma rede de excelência entre várias instituições e unidades de investigação europeias e africanas no campo dos estudos sobre escravatura. O projecto procurará dar enfoque aos esforços mútuos de treze parceiros institucionais, fazendo uso das suas vastas competências nas diferentes áreas de investigação e das suas extensas especializações multidisciplinares nos estudos do largo espectro de temas relacionados com a escravatura, e estimulando o intercâmbio de jovens investigadores e reconhecidos especialistas entre ambos os continentes. O nosso objectivo assenta na investigação sobre o trabalho forçado e a escravatura passada e hodierna, com ênfase na sua dimensão internacional. Subsequentemente, este projecto procurará estabelecer pontes de contacto, debate e confluência de ideias entre diferentes disciplinas científicas, estudos locais e regionais e iniciativas pontuais no âmbito dos estudos sobre a escravatura, de forma a fomentar um diálogo intenso e um espírito de pesquisa em colaboração. Nesse sentido, irá envolver, no que será uma das primeiras estruturas de investigação em rede deste tipo no mundo, vários investigadores de origem e formação africana e europeia, de diferentes campos disciplinares e partes do mundo com competências e especializações dotadas de uma excepcional complementaridade na investigação. Com estes esforços, será consideravelmente enriquecido o estado do nosso conhecimento e capacidade de análise das situações e particularidades locais subjacentes, tal como a nossa capacidade de estudar e avaliar o impacto da escravatura e do tráfico de escravos na história de África e da Europa.
O objectivo do grupo de trabalho "Social Memories of Forced Labour in the longue durée in the Lusophone World" consiste em questionar em simultâneo as dinâmicas de silêncio sobre a escravatura nos diferentes países e em analisar os lugares de memória da escravatura em grupos e comunidades específicas. Este programa será conduzido em regiões distintas de África e da Europa (Etiópia, Senegâmbia, Portugal), e fará a recolha e uso de um extenso corpo documental (em arquivos, publicações e entrevistas) para analisar os desdobramentos sociais e políticos do esquecimento e da lembrança da escravatura em ambos os continentes. Num dos eixos de inquirição, papel dos intelectuais e políticos etíopes e afro-americanos no "silenciamento" da escravatura na Etiópia por motivos ideológicos será extensivamente analisado. Por outro lado, a recolha e estudo das várias vozes sem visibilidade pública permitirá uma inovadora janela de análise para o tecido social da Etiópia contemporânea. Em comparação, este grupo de trabalho executará, também, uma tarefa de pesquisa focada no impacte da memória e das suas complexas interacções em contexto lusófono ("Forgetting and Remembering Slavery in Europe and Africa"), nas suas dimensões europeia e africana, onde o trabalho forçado e coagido definiu profundamente as relações sociais. No entanto, em contraste com os casos britânico e francês, em Portugal, a questão da escravatura encontra-se, regra geral, ausente da história da construção deste país, muito embora Portugal tenha sido um dos primeiros agentes do tráfico de escravos transatlântico. O nosso objectivo, neste contexto, passa por interrogar tal paradoxo e entender a aparente inexistência de reivindicação nas comunidades descendentes de escravos no país. Este eixo de análise procurará, ainda, estabelecer um diálogo com relevantes contextos africanos, com especial enfoque em três sociedades da Senegâmbia nas quais o estigma da escravatura permanece.