As matérias da imagem: os pigmentos na tratadística portuguesa entre a Idade Média e 1850

23.6.2011

Estado do Projecto

Concluído

Período de actividade

2005-2008

REF

POCI/EAT/58065/2004

Unidade de investigação principal

Centro de História da Universidade de Lisboa

Investigador Responsável

Vítor Serrão (ULisboa)

Equipa de Investigação

Manuel Batoréo (ULisboa); Luís Urbano Afonso (ULisboa); Ana Paula Baptista Carvalho (ULisboa); João Manuel Pires da Silva (ULisboa); António João Carvalho Cruz (ULisboa); Maria Helena Ribeiro Matias Mendonça (ULisboa); Fernanda Madalena de Abreu da Costa (ULisboa)

 

 

Este projecto é dedicado ao estudo dos materiais empregues na pintura portuguesa, sobretudo aos pigmentos. O horizonte cronológico abarcado estende-se desde a Idade Média até aos meados do século XIX. Esta vastidão cronológica explica-se facilmente, na medida em que só com a sedimentação da Revolução Industrial se introduziram alterações significativas nos pigmentos empregues na pintura. Até aí, as alterações produzidas, sem deixarem de ter sido significativas, foram pontuais e não implicaram uma transformação dos processos de trabalho e do comportamento dos materiais a curto e longo prazo.Este estudo baseia-se em duas vertentes. Por um lado, procura reunir toda a informação escrita produzida em Portugal sobre os aspectos materiais da arte da pintura, nomeadamente sobre os pigmentos e as cores. Obviamente, a primeira fonte de estudo consiste na tratadística, apesar de esta ser relativamente modesta no país. Incluem-se, também, dados veiculados em contratos e dados reunidos em digestos de tipo técnico e enciclopédico produzidos nos séculos XVIII e XIX. A segunda vertente do estudo consiste na análise semântica e laboratorial dos termos técnicos enunicados nesses documentos escritos, de modo a poder realizar uma classificação o mais exacta possível dos mesmos. O trabalho laboratorial consiste na síntese dos pigmentos de acordo com as indicações encontradas nas fontes escritas inventariadas e posterior caracterização dos mesmos mediante análise química.Os resultados que se pretendem atingir serão bastante relevantes para a preservação dos objectos artísticos, na medida em que podem ajudar os restauradores a adequar materiais modernos aos materiais mais antigos. Este estudo interessa também para um melhor conhecimento das técnicas artísticas e das suas implicações para a história das formas, dos estilos e, em menor grau, da própria iconografia. Obviamente, o conhecimento mais preciso do período em que determinados pigmentos foram utilizados e quais as diferenças regionais existentes permitem acrescentar dados de grande interesse para a cronologia e filiação das pinturas.