Lançamento do livro
Dêxa puíta sócó(m)pé. Música em São Tomé e Príncipe, do colonialismo à independência, de Magdalena Bialoborska Chambel

19 de Abril de 2023

FLUL, Sala C130 (Anfiteatro II) | 17 horas

Apresentação | José Manuel Sobral (ICS-ULisboa) e Ângelo Torres (ator e realizador). Moderação: Ana Lúcia Sá (Iscte-IUL).

 

Celebra-se no dia 19 de abril de 2023, pela 18h00, a sessão de lançamento do livro Dêxa Puíta Sócó(m)pé. Música em São Tomé e Príncipe: do colonialismo à independência, de Magdalena Bialoborska Chambel, na sala C130 (Anfiteatro II), na FLUL. 

A apresentação está a cargo de José Manuel Sobral (ICS-ULisboa) e Ângelo Torres (ator e realizador), sendo moderada por Ana Lúcia Sá (Iscte-IUL).

 

Sinopse. Dêxa puíta sócó(m)pé. Música em São Tomé e Príncipe, do colonialismo à independência aborda as transformações do universo musical em São Tomé e Príncipe desde meados do século XIX, época da recolonização das ilhas e da construção de roças de café e cacau, até à década de 1990. A apresentação da realidade política, social, económica e cultural do arquipélago no período colonial e nos primeiros anos da independência serve de pano de fundo para a análise da atividade musical de vários grupos socioculturais – ilhéus, portugueses, trabalhadores contratados e seus descendentes – que habitavam o arquipélago. Uma atenção especial é dada às fronteiras – linhas que separam, visíveis e invisíveis –, que se deslocaram e se alteraram ao longo do período em apreço. A sua dinâmica, resultante da conjuntura local e internacional, refletiu-se na sociedade e, consequentemente, na música dos habitantes do arquipélago.

A construção do corpus de estudo – através da recolha de gravações da música, revisão da imprensa, consulta de materiais de arquivo, escritos e visuais, e realização de entrevistas – foi o ponto de partida para a descrição e a análise da música criada, recriada e interpretada nas ilhas. A contextualização proposta evidencia que o universo musical de um determinado território é dinâmico e reflete a sua situação política e social, mas não depende só dela. Embora resultando de circunstâncias várias, a música tem não só uma lógica própria, mas igualmente a capacidade de mobilizar para mudanças sociopolíticas.

 

Autora. ​Magdalena Bialoborska Chambel é investigadora do Centro de História da Universidade de Lisboa e produtora cultural. Doutora (2021) e mestre (2013) em Estudos Africanos pelo Iscte – Instituto Universitário de Lisboa, licenciada em Etnologia e Antropologia Cultural pela Universidade de Varsóvia (2001) e formada em Música pela Escola Nacional de Música de Torun, Polónia. Os seus interesses de investigação incluem mudança social e cultural em sociedades multiculturais, arquivos sonoros, construção da memória e silenciamentos na história da música. Nos últimos anos, a sua investigação centrou-se na história e cultura santomense. Além de várias publicações e participação em eventos científicos, realizou e produziu documentários sobre a nacionalização das roças e os ex-contratados em São Tomé e Príncipe e organizou concertos de artistas santomenses, tendo contribuído para a divulgação da cultura do arquipélago.