Dêxa puíta sócó(m)pé. Música em São Tomé e Príncipe: do colonialismo à independência

Autora: Magdalena Bialoborska Chambel

Editora: Centro de História da Universidade de Lisboa

Ano: 2022

ISBN: 978-989-8068-41-5

Disponível em acesso aberto no Repositório da Universidade e Lisboa

SINOPSE

Dêxa puíta sócó(m)pé. Música em São Tomé e Príncipe, do colonialismo à independência aborda as transformações do universo musical em São Tomé e Príncipe desde meados do século XIX, época da recolonização das ilhas e da construção de roças de café e cacau, até à década de 1990. A apresentação da realidade política, social, económica e cultural do arquipélago no período colonial e nos primeiros anos da independência serve de pano de fundo para a análise da atividade musical de vários grupos socioculturais – ilhéus, portugueses, trabalhadores contratados e seus descendentes – que habitavam o arquipélago.

Apresentamos uma série de dez conferências, que abrangerão várias produções cinematográficas, tendo como denominador comum a Antiguidade, do Egipto ao Império Romano. Como conferencistas teremos especialistas internacionais no tema da recepção da Antiguidade no Cinema: Martin M. Winkler (George Mason University) e Monica S. Cyrino (University of New Mexico); e investigadores de centros da ULisboa (Centro de História e Centro de Estudos Anglísticos): José das Candeias Sales, Abraham I. Fernández Pichel, Maria de Fátima Rosa, Nuno Simões Rodrigues, Sofia Vasconcelos Nunes, Cláudia Teixeira, Rogério Sousa e Angélica Varandas.

Uma atenção especial é dada às fronteiras – linhas que separam, visíveis e invisíveis –, que se deslocaram e se alteraram ao longo do período em apreço. A sua dinâmica, resultante da conjuntura local e internacional, refletiu-se na sociedade e, consequentemente, na música dos habitantes do arquipélago.

​A construção do corpus de estudo – através da recolha de gravações da música, revisão da imprensa, consulta de materiais de arquivo, escritos e visuais, e realização de entrevistas – foi o ponto de partida para a descrição e a análise da música criada, recriada e interpretada nas ilhas. A contextualização proposta evidencia que o universo musical de um determinado território é dinâmico e reflete a sua situação política e social, mas não depende só dela. Embora resultando de circunstâncias várias, a música tem não só uma lógica própria, mas igualmente a capacidade de mobilizar para mudanças sociopolíticas.

AUTORA

Magdalena Bialoborska Chambel é investigadora do Centro de História da Universidade de Lisboa e produtora cultural. Doutora (2021) e mestre (2013) em Estudos Africanos pelo Iscte – Instituto Universitário de Lisboa, licenciada em Etnologia e Antropologia Cultural pela Universidade de Varsóvia (2001) e formada em Música pela Escola Nacional de Música de Torun, Polónia. Os seus interesses de investigação incluem mudança social e cultural em sociedades multiculturais, arquivos sonoros, construção da memória e silenciamentos na história da música. Nos últimos anos, a sua investigação centrou-se na história e cultura santomense. Além de várias publicações e participação em eventos científicos, realizou e produziu documentários sobre a nacionalização das roças e os ex-contratados em São Tomé e Príncipe e organizou concertos de artistas santomenses, tendo contribuído para a divulgação da cultura do arquipélago.

 

 

 

ÍNDICE

 

ÍNDICE DE IMAGENS

 

AGRADECIMENTOS

 

INTRODUÇÃO

 

I. QUESTÕES TEÓRICAS

  1. Uma sociedade com características plurais no mundo atlântico
  2. Fronteiras visíveis e invisíveis
  3. Mudança cultural em contexto de contactos intergrupais
  4. Do mosaico sociocultural à nação: identidade em construção
  5. As especificidades do estudo da música em São Tomé e Príncipe

 

II. MOSAICO TERRITORIAL, SOCIAL E MUSICAL 1850-1930

  1. Recolonização de São Tomé e Príncipe: fronteiras visíveis e invisíveis
  2. Multiplicidade de manifestações musicais no microterritório insular

 

III. “MAS ESTA TERRA É NOSSA…” 1910-1960

  1. A consciência de ser colonizado: contactos intergrupais e mudanças identitárias
  2. Os agrupamentos acústicos em São Tomé e Príncipe

 

IV. A CAMINHO DA INDEPENDÊNCIA 1960-1975

  1. O movimento independentista: mobilização social e negociação política
  2. Os conjuntos musicais
  3. Outras manifestações musicais dos ilhéus

 

V. DO MOSAICO SOCIOCULTURAL À NAÇÃO 1975-1990

  1. Primeiros anos da independência: o país em construção
  2. A cultura e a procura da identidade nacional
  3. Continuidade e mudança: antigos conjuntos, novos grupos, artistas e projetos musicais
  4. Zonas fronteiriças musicais: puíta, bulauê, festas religiosas e música nas roças

 

CONCLUSÕES

 

BIBLIOGRAFIA